terça-feira, 27 de julho de 2010

Decepção vermelha da vergonhosa Fórmula 1

Freire Neto – jornalista e ex-fã de Fórmula 1

Decepção,vergonha, nojo, desprezo...! Um misto de tudo isso e um monte de outros sentimentos tomaram conta de mim no domingo, 25 de julho de 2010, após a volta 49 do GP da Alemanha de Fórmula 1. Desliguei a F-1 da minha vida. Amigos, as minhas lembranças mais antigas são assistindo ao mundial da categoria, ao lado do meu pai, Rômulo Freire, torcendo por Nelson Piquet. São quase 30 anos ligado em todo o noticiário relativo ao “esporte”, madrugadas dedicadas, noites sem dormir, manhãs de domingo, sextas e sábados, só pensando, falando e discutindo o assunto com amigos, parentes e colegas. Hein João Freire? Meu companheiro de discussões e corridas históricas, memoráveis! Notícias, artigos, comentários e reportagens especiais desenvolvidos...Mas, ver Felipe Massa, a última esperança de título, abrindo para Fernando Alonso ultrapassá-lo e vencer em Hockenheimring, foi demais pra mim. Acabou, fim, não quero mais saber.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Triste fim laranja da era Dunga

Freire Neto – jornalista e torcedor brasileiro
freireneto@usinacom.com.br

Sexta-feira, dois de julho de 2010, às 11h da manhã no Brasil, o país ou boa parte dele parou para acompanhar mais uma partida das quartas de final de uma Copa do Mundo. Em campo, no estádio Nelson Mandela, em Porto Elizabeth, Brasil x Holanda. O quarto encontro das duas seleções em copas, com vantagem brasileira em 94 e 98, e derrota para o esquadrão de Cruyff em 1974, com Marinho Chagas, potiguar, em campo e melhor daquela Copa. Entramos com tudo: segurança da zaga, do goleiro e um meio campo “mordedor”. E como o Lédio Carmona, jornalista da SporTV disse esta semana, com um contra ataque “letal” – Kaká, Maicon, Daniel Alves, Michel Bastos, Robinho e Luís Fabiano.


Aos 10 minutos, o “mágico” Felipe Melo fez o maior lançamento da sua carreira, deixou Robinho na cara do goleiro holandês, que de primeira fez Brasil 1 x 0, dando indícios que o jogo seria fácil. O esquadrão de Dunga tomou conta do jogo: anulou Sneijder, Roben, Kuit e qualquer outro vestido de laranja. E tivemos muitas chances para matar e liquidar de vez a tão falada “Laranja”. Mas não o fizemos. Como sempre, achávamos que a qualquer momento, na sua Zona de Conforto, faríamos o segundo, o terceiro e já estávamos na semifinal.



Kaká até teve algumas chances e lampejos de jogador decisivo, mas sem inspiração ou poder de decisão. E o que todos nós temíamos, realmente, aconteceu. Faltava o jogador de personalidade, com poder de decidir, resolver e colocar a bola pra dentro. Faltou, ao time de Dunga, o craque. O jogador matador e “letal”. Descemos para os vestiários no intervalo, e parece que não voltamos ao jogo.



A Holanda dominou quando tinha que dominar e o que nos dava orgulho e segurança até então nessa Copa do Mundo, nos traiu. Julio César e o “mago”, Felipe Melo, se esbarraram na área numa bola levantada na área de qualquer jeito pelo holandês Sneijder, e iniciamos a derrocada.

Em lembrança a 98, mais uma vez, apagão na super zaga brasileira, e novamente o camisa 10 laranja, no meio de todo mundo na pequena área, apareceu para decretar a morte anunciada: 1 x 2. O Carrossel Holandês dominou e envolveu a Seleção Brasileira e mereceu vencer? Não, amigo. Entregamos a vitória para eles. Felipe Melo expulso, após fazer falta e pisar no catimbeiro e ator Roben – só fez encenar o jogo inteiro.

Se com 11, os azuis-canarinhos não estavam conseguindo assustar o goleirão laranja, imagina com 10. Era hora de Kaká, Robinho ou qualquer um aparecer e decidir. Perdemos ainda mais a cabeça. Já não tinha mais tática, posição ou orientação. Os holandeses não acreditavam no que viam e não sabiam aproveitar aquela situação. O Brasil entregou a classificação de presente. E atônitos, incapazes e apáticos vimos tudo acontecer sem nada poder fazer. Quem poderia entrar pra resolver?



Faltou frieza, personalidade, força e atitude. Faltou “nocautear” na hora que o adversário estava nas cordas. Deixamos o oponente levantar e ter o descanso do gongo. Faltou atenção, cuidado e sobraram confiança e zona de conforto. E os azuis brasileiros, amarelaram diante da situação adversa. E pela terceira vez na Copa do Mundo de 2010, em quase 60 jogos, uma seleção conseguiu virar e reverter uma situação adversa.



Pobres Lúcio, Juan e Júlio César. A defesa não é o melhor ataque e com certeza, sentimos muito a falta de Neymar, Ronaldinho, Ganso, Tardelli e Adriano. E apesar de todas as injúrias e absurdos que o Cruyff falou, ele estava certo. Triste fim da era Dunga na Seleção Brasileira. Uma laranjada amarga e desnorteante, num carrossel às avessas. Só nos resta, agora, torcer contra a Argentina! Que Copa!