sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Artigo: Saudades do meu povo!

Manoel Freire de Lemos Neto – jornalista profissional

freireneto@usinacom.com.br // freireneto@Band.com.br


Hoje é sete de fevereiro de 2009. Há quase uma semana completei 30 anos. Três décadas. Muitas histórias, vitórias, lutas e conquistas. Adoro me lembrar do passado, de pessoas, amigos e principalmente familiares. Nesse sábado, o primeiro do segundo mês do ano, estive na cidade de Pendências/RN, Vale do Assu. Terra da minha família paterna. Na casa da minha tia Suzete, onde me sinto em casa, pois é aqui que sempre ficamos desde a infância quando vínhamos a passeio ou de férias, relembrei muitas histórias engraçadas, personagens que ilustraram o meu dia-a-dia e pessoas que eu nem cheguei a conhecer. Como é bom ir a Pendências. Roberto e Rogério são os filhos dela, meus primos, amigos, e os dois adoram relembrar o nosso passado em comum e as histórias que ilustram nossa ligação afetiva.


Depois daquele belo e farto jantar, que só tia Suzete sabe fazer, eu me preparei para uma das coisas que eu adoro nessa vida: escutar histórias. Juntos revivemos passagens felizes, alegres e saudosas. Mas quantas saudades eu tenho da minha avó Chiquita (Francisca das Chagas Freire). E do meu avô (Manoel Freire de Lemos), que eu nunca conheci. Quem ela sempre venerou e me falou muito bem. Homem amado, adorado e sempre protagonista de histórias fantásticas. “Seu avô era um grande homem. Muito respeitado e inteligente. Uma referência!”.


Sinto falta dele. Aliás, sempre senti. Se tivesse uma máquina do tempo, ou conhecesse alguém que a tivesse, a primeira viagem seria para conhecê-lo. Gostaria muito de poder ter o escutado, ouvido, sabido das suas aventuras, idéias, projetos e histórias. Mas ao conversar com Tia Suzete parece que ele sempre fez parte de mim.


Nessa passagem pela terra natal do meu pai (Rômulo de Souza Freire) relembramos dos meus tios, da nossa família, dos natais, aniversários, carnavais e de quão bom é nos confraternizarmos, ajudar uns aos outros e dar forças. Reunir irmãos, primos, tios, amigos próximos e trocar energias. Senti e sinto falta dos meus tios: Bira, Jerônimo, Romildo, Júnior, Roberto, Tertuliana e Lúcia, além de Rogério, que eu também não conheci. Dos irmãos do meu avô também sinto falta: Joãozinho, Lourdes, Didi, Laura, Tôtoi, Bebela, Teté e Bila.


Tio Luiz Cruz, pai de tia Suzete, sempre me contou muitas aventuras de vovô e me fez “enxergar” o cenário de Pendências e região em meados do século XX. Dos primos do meu pai, tenho saudades de João Freire de Lemos Júnior: “O contador de histórias”, filho do meu tio-avô Joãozinho, que também conheci na minha infância. Alegre, criativo e detalhista, Freire Júnior sempre ilustrou e me abasteceu de resenhas, casos e causos e me apresentou “personagens” com quem eu nunca convivi e com outros que são da família. Chico Freire, Socorro, Fátima e Laura, minha madrinha, são grandes referências e parceiros do meu dia-a-dia atual. Formam uma família de verdade, que aprendi a respeitar e me dão suporte diariamente para seguir em frente. Freire Júnior nos deixou em 2006, mesmo ano que perdi minha avó Chiquita e o meu tio Tadeu, marido de Lúcia. Joãozinho Freire e Juliana são os filhos do “Contador de Histórias” e estão muito presente em minha vida e nos manterão mais perto de nossa família, perpetuando a história.


O tempo não pára, não volta; e as lembranças nos dão forças e estrutura para continuar e buscar entender os ancestrais e descendentes. Tchau Pendências. Volto logo para mais lembranças, histórias e recordações. Sigamos em frente, valorizando o passado, vivendo o presente e nos preparando para o futuro.